P: Tem alguma coisa errada comigo. O azar me persegue, parece destino: quando estou para receber um aumento ou uma promoção, acontece alguma coisa no meu trabalho e da tudo para trás. Parece até perseguição! Será que eu nunca vou conseguir sair deste miserê e encontrar meu norte? Magda Fiory, Campinas
R: Esta é a mesma pergunta que muitos empresários se fazem: porque um produto ou serviço, com tudo para dar certo, muitas vezes fracassa? Qual o rumo a seguir? A primeira pergunta é: você quer MESMO aquilo que diz desejar? Está pronta para arcar com as consequências – para o bem e para o mal – de suas conquistas? Dois casos recentes e amplamente noticiados são exemplos extremos da autodestruição: Mickey Rourke e Paula Oliveira.
Do auge à lona
Mickey Rourke foi ator de sucesso, badalado, ganhou milhões estrelando filmes que marcaram os anos 1980. Começou a carreira com Steven Spielberg e despontou aos poucos no cenário internacional, tornando-se sex symbol pelo seu papel em 9 ½ semanas de amor. Embora tenha ganho alguns prêmios, os diretores passaram a chama-lo cada vez menos, pois diziam que era praticamente impossível trabalhar com ele. Em 1991, resolveu assumir a carreira de boxeador profissional pois, dizia ele, achava que estava se autodestruindo como ator (!!!). Ele tinha sido um boxeador amador quando jovem, mas, agora, estava velho para começar a carreira. Ganhou algumas lutas e, junto, varias partes do corpo quebradas e um rosto praticamente destruído. Ah, sem esquecer duas prisões, envolvendo violência sexual e dirigir embriagado. Decidiu voltar às telas, mas o processo foi lento. Finalmente, em 2008, interpretando um lutar de boxe (que ironia!) foi indicado para o Oscar de melhor ator (não ganhou). Fica a pergunta: o que levou um ator talentoso a se destruir, inclusive fisicamente?
Um caso anônimo
Mas não são só os famosos que sabotam a própria vida. Outro caso, ainda não bem esclarecido, é o de Paula Oliveira, 26 anos, brasileira, advogada, trabalhando legalmente na Suíça, com namorado e emprego bacanas. Tudo indica que a jovem, com uma perspectiva de sucesso pela frente, simulou uma gravidez, retalhou o próprio corpo, enfim, forjou uma situação da qual, com certeza, para dar a volta por cima, exigirá muito esforço. Mais uma vez a pergunta: por quê? Ora, mas será que existem casos assim no mundo corporativo? Lançar um produto para ele fracassar? Se o cenário fosse assim, direto e racional, era fácil lidar com ele. Mas não. O fracasso pode estar escondido de uma forma mais subliminar, mais inconsciente.
O preço do sucesso
Um produto bem sucedido pode exigir maiores cobranças de outros sucessos no futuro. Será mais atacado pela concorrência. A locadora de carros Avis explorou este aspecto no seu slogan. Posicionando-se como a que está em 2o. lugar, afirmava: We try harder, because we have to. Ou seja: eles faziam mais, porque precisavam! Afinal, estavam atrás. Já o líder... Acaba dormindo no ponto. E este é outra explicação para os processos de autosabotagem: de pois de “chegar lá” (seja lá o que isto significa), de conquistar o que eu quero, o que faço? Para onde vou? Talvez seja melhor ficar só na tentativa... Tem mais: e se eu fracassar? Então, melhor nem tentar! Assim, ficam as idéias sempre como... idéias. Os projetos engavetados. São as empresas cujos estudos e protótipos levam tanto tempo, que quando ficam prontos já estão obsoletos. Também há a conclusão errada, a partir de determinados fatos. Ou seja: tomam-se decisões suicidas, porque o diretor ou gerente está tão certo, mas tão certo daquilo que faz, que segue em frente, rumo ao precipício. Um exemplo? O lançamento mundial da nova fórmula da Coca-Cola, mais doce, em 1985 – provocou uma verdadeira celeuma no mercado e um bocado de prejuízo. Como fazem, então, as empresas para reduzir as chances de que seus administradores promovam a autodestruição de marcas valiosas?
Os 5 sentidos
Ao contrario do que geralmente fazem os autosabotadores, as empresas insistem no trabalho em equipe – melhor, em time. Sim, em um time, vocês tem pessoas jogando em várias posições, tem técnicos, tem gente na reserva, tem quem cuida da torcida, das finanças, da parte psicológica, medica e daí para frente. Treinam. Insistem e não desistem.
E, assim como no caso dos times que vencem, evitam a postura do “já ganhei”, ou seja, humildade também é um ingrediente fundamental para atingir objetivos e metas. Enfrentar os medos – e quem não os tem? – é o primeiro passo. Olhe, escute, sinta, respire fundo e... aja! Você vai conseguir.
Sua estratégia
1. Pense quais seriam as consequências negativas de alcançar aquilo que você deseja.
2. Descubra que medos e inseguranças que você tem que elas revelam.
3. Reúna um grupo de apoio –amigos, familiares, colegas- e revele seus objetivos e medos.
4. Peça sugestões de como vencer estes desafios – escute e ponha em prática!
5. Não confie só na sua auto-análise. Saia da defensiva e escute, também como os outros vêem as suas dificuldades.
6. Coloque tudo num papel... A palavra dita voa como o vento, a palavra escrita fica como impulso.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Autodestruição e sucesso
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