terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Curriculo,parte II: a primeira impressao

P.: Eu sei que o assunto já passou por aqui: currículo. Agora, com o currículo da Carla, é fácil! Tem uma montanha de coisas. Mas e no meu caso, que estou começando? Jayla, SP

R.:
Está certo, Jayla: é difícil, mas não impossível. Afinal, todo dia tem novos produtos no mercado, serviços que começam e são mais simples, sem uma história de referências por trás. Há sempre uma primeira vez: um primeiro namorado que se conquista, um primeiro emprego. Como estas empresas fazem para alcançar seus objetivos? Que estratégias usam, quando há pouco para dizer?

Não enrole
Muita gente coloca no currículo uma montanha de informações desnecessárias, utiliza espaço 2, letras garrafais. É o caso de tanta informação desnecessária sobre o produto, querer agradar a tudo e a todos: não se conquista ninguém. Outro dia destes, estava na casa de um parente, que está com câncer. No caso dele, um dos efeitos colaterais da químio é a perda de peso. Aí, veio um amigo, para oferecer um composto alimentar. Com seu papo de vendedor, teceu loas e boas sobre o produto, que engordava, era ótimo, etc. e tal. Eu, para quebrar o gelo, interrompi: -Ah, deste produto eu quero distância! Estou precisando emagrecer... Ele, imediatamente, virou-se e atacou: -Emagrecer? Ah, mas também é ótimo para quem quer perder o peso e...
Não sei como não caí na risada na hora! Portanto, foque no que de fato quer.

Coerência é importante
As pessoas fazem muitas coisas na vida, mas é importante, no currículo, que estas diferentes ações fiquem em um mesmo pano de fundo, não pareçam um “destrambelho” total: em propaganda, destacamos as qualidades que têm algo em comum, que não “brigam” entre si. Utilize palavras-chaves importantes para que quem está lendo. Hoje, em recursos humanos, a moda é competências, habilidades, pró-atividade, ser especialista E generalista (se é que isto é possível!).

Testemunhal sempre cai bem
Quem não tem muita estrada, pode agregar um testemunhal, alguém que “assine em baixo”. Isto é super utilizado em propaganda. Uma coisa é eu falar bem de mim mesma, outra, muito diferente, as pessoas comentarem positivamente a meu respeito. Vale quando a gente quer conhecer alguém (não é bom quando um amigo ou amiga nos apresenta, nos valorizando, ou quando alguém recomenda nosso blog?), vale para emprego, vale para produtos. Pode ver como tem propaganda usando testemunhal (falsos e verdadeiros!). No caso de currículo, claro, tem que ser verdadeiro.

Fora com o que não interessa!
Se já têm no título “Cursos”, não precisa a cada item repetir: curso disto, curso daquilo... Também não precisa dar a ficha corrida da sua vida: RG, CPF, pai, mãe, avós, nome do periquito e do papagaio. Se for necessário, a empresa vai pedir. O negócio é passar na primeira etapa. Ou por acaso você já viu alguma propaganda que começa com a bula do remédio ou com a tabela de ingredientes? Tem que fazer o fulaninho pegar o produto. Depois, ele vai ver o resto. Ou seja: não subestime o seu público.

Como exemplo, estou postando aqui o currículo que uma ex-aluna me enviou, pedindo ajuda. Veja o Antes e o Depois (clique no currículo para ampliar).

ANTES DEPOIS

PS: E se alguém souber de alguma coisa para ela... Favor entrar em contato!

A ESTRATÉGIA
1. Defina o que quer.
2. Destaque os pontos fortes, com coerência.
3. Não encha lingüiça, mas também não precisa ser “seco”.
4. Mostre seus diferenciais e os benefícios que pode oferecer.
5. Controle o retorno e vá aprimorando o material.

Mais sobre currículo.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

MAU CARATER

P.: Eu sempre me envolvo com os homens “errados”. Dizem que as mulheres tem sexto sentido... No meu caso, acho que são os homens! Os aproveitadores conseguem “farejar” minha presença, me envolvem... Não é só aproveitador de money, é aquele sujeito que te põe para baixo, você fica esperando o “eu te ligo” e nada. Socorro. Ma. da Graça, Recife

R.: Infelizmente, este sujeitinho folgado tem tudo a ver com propaganda. Deve ter feito um MBA expresso em publicidade e marketing! É que meus coleguinhas são experts em detectar nossas fragilidades para nos fazer comprar e consumir cada vez mais. O único jeito de se defender disto é descobrir COMO nosso íntimo fica tão transparente para os outros!

Focus Group
Para descobrir o que a gente pensa, quer, o que nos motiva e atrai, as empresas realizam pesquisas qualitativas, geralmente entrevistas em profundidade ou discussões-de-grupo, utilizando abordagens da psicologia, testes de projeção, salas com espelho falso e tudo que a invenção humana bolou para desvendar os mistérios da alma. Depois, usam isso para colocar no design de produtos (e não conseguimos resistir!) ou nos apelos publicitários. Confira alguns destes “atratores”, que, aliás, são exatamente aqueles que os homens muitas vezes empregam...

Culpa
Mesmo que inconscientemente, comprar gera culpa. Por que comprei isto e não aquilo? Por que comprei tal coisa para mim, ou para o fulano, em detrimento de outras prioridades? Culpa, culpa, minha máxima culpa. Bem, diz a propaganda, não se sinta culpada pelo que fez ou deixou de fazer! Este produto, este serviço, ou seja lá o que for, é necessário, tem a aprovação de todos, é bacana e, portanto, você também é bacana!

É o amor...
Sentir-se integrada a um grupo, a sensação de “pertença” (ora, não é justamente isto que está carimbado na testa de cada adolescente?) nos acompanha até a morte... Ser diferente quer dizer fazer parte de um grupo – o grupo dos diferentes! Para pertencer a um núcleo, abrimos mão de muita coisa: mudamos hábitos de alimentação, roupas, comportamentos (faça a sua lista). Mas estamos seguras: somos amadas! Pertencemos ao grupo. Infelizmente, os homens sabem disto.

No tempo da minha avó
Sim, outro grande motivador é a necessidade de segurança. É por isso que dentre os sonhos mais desejados dos brasileiros estão a casa própria (segurança de ter onde morar) e passar em um concurso público (segurança do emprego). A propaganda coloca imagens que transmitem segurança: é a vovozinha, os ambientes nostálgicos, enfim, tudo que remete a um passado mais tranqüilo e sem stress. O mau caráter também tem sua aura de segurança: ele consegue sair-se bem em todas! Tenho uma amiga que se envolveu com um gigolô! Sério... Universitária (aliás, publicitária), graduada e tudo mais. A história fica para outra, inclusive, como foi que nós descobrimos...

Para fugir disto é necessário armar-se com unhas e dentes – seja para evitar cair nas armadilhas da propaganda (e dos homens!), seja para cair fora. Aliás, as mesmas estratégias “pega freguês desavisado” pululam na internet, pois já estamos cercados de contos do vigário virtuais.

A ESTRATÉGIA

1. Menos, menos, menos. Sim, quem alardeia demais, geralmente tem pouco conteúdo. As pessoas mais bacanas que conheci eram as mais humildes. As mais “gargantas” eram as complicadas.
2. Consistência e coerência. Confira se há integridade nas ações e na fala. Nos amigos e na família. Impossível ser o “certinho do pedaço” e conviver com gente que é machista, fala mal das mulheres e conta aquelas piadas que a gente quer morrer...
3. Olhe para dentro. É, olhe para dentro de si! Doidinha para mergulhar num bolo de chocolate por que o chefe deu uma bronca? Não resiste a uma compra depois de brigar com o amado? Sinal de alerta! Você está virando presa fácil para os marketólogos de plantão... E para os pulhas do bar da esquina.

Por falar em pulhas... Veja neste site como não cair nas enganações da internet. E você? Já passou por uma destas situações enroladas? Como saiu dela?

sábado, 19 de janeiro de 2008

Sogras e sogrinhas

P.: Minha sogra é bacana, mas tem vezes que dá nos nervos! Ela quer ajudar TANTO que acaba se intrometendo em tudo – resolve limpar a casa, deixar tudo em ordem, cozinhar, usar roupas e fazer coisas que nem minhas filhas adolescentes fazem! Não quero brigar, mas... Nilza, Santos

R.: Convivência com parentes é sempre complicado, ainda mais os que vão se agregando pelo caminho. Aliás, conviver, de todas as formas, é complicado: na família, no trabalho, com os amigos. Importante perceber a mensagem oculta, tanto a que você recebe, quanto a que ela envia (não são necessariamente a mesma coisa).

INVASÃO DE ESPAÇO
De um lado, está você. A invasão do seu espaço pode se dar de formas sutis: ao arrumar a sua casinha (com a desculpa de querer ajudar...) a mensagem pode ser: você é mesmo incompetente! Nem para manter a casa em ordem! Ou: onde já se viu, fica trabalhando, e não consegue cozinhar uma comidinha gostosa. Pior: se tiver filhos, há aquele olhar de complacência, tudo sorrisos. Mas tem certeza de que eles não estão muito magros? E daí para frente. As interferências são inúmeras e nem sempre tão diretas. Apenas causam um vago mal estar.

NÃO SE ESQUEÇAM DE MIM
Por outro lado, a amada sogrinha pode estar simplesmente enviando seus dados para dizer: estou aqui! Ainda não morri. Sou útil, necessária e jovem. Se não fosse eu... (o que até é verdade: se não fosse ela, o pimpolho que se transformou em seu bem amado não teria nascido). Mas como convencer uma pessoa que ela não precisa impor sua presença, nem competir em forma, gênero, número e grau para ser amada?

PALPITES DEMAIS
Democracia é bom, but... Palpite demais faz um estrago! Em propaganda, tem que ter paciência de Jó. Todo mundo quer por seu dedinho – afinal, clientes são alfabetizados, acham que sabem escrever, por que não mexer no texto, nos títulos? Pronto. Está feita a meleca. Esta história da criação de uma placa dá bem uma idéia de como fica quando todos metem o bedelho. O dono de uma famosa peixaria resolveu que era hora de fazer propaganda, afinal, é chique, não é? Modelos famosas, badalação... Depois de muita pesquisa, escolheu-se a agência. Primeira tarefa: sinalizar a entrada do empreendimento, com uma condição: usar azul, que lembrava o mar. O diretor de criação fez uma linda placa: “Aqui vende-se peixe fresco”. Levou para aprovar o layout. Discute-se daqui, discute-se dali, o diretor administrativo falou: - Olha, está lindo, mas (sempre tem um mas...), por que Aqui? O-B-V-I-O que é aqui, e não ali. Pois a placa não vai estar aqui? E lá se foi o diretor de criação, refazer a placa. Voltou: "Vende-se peixe fresco". Novas discussões. Novas confabulações. Então o diretor financeiro resolveu falar – Posso dar meu palpite? Ficou lindo, mas... Por que vende-se? Aqui não é uma entidade filantrópica, ninguém vai dar os peixes de graça. Volta o diretor de criação, já soltando fumaça pelas bufas. Nova placa: "Peixe fresco".

Quando está mostrando, passa o office boy. O dono da empresa chama: -O Juquinha, você que está sempre em contato com os clientes. O que acha da placa? E o Juquinha – Tá linda, mas... Para que este fresco? Ninguém vai vender peixe podre, vai? E afinal, fresco é uma palavra assim, pode complicar a empresa... Finalmente volta o diretor de criação com a placa, em letras garrafais: PEIXE. A mulher do cafezinho entra na sala e o dono não resiste: - Dona Maria, que é a voz do povo, o que acha? Ela pensa, pensa, e responde com seu olho arregalado: - Mas seu dotô, pra que placa? Nóis sente o cheiro do peixe lá de longe! E lá ficou a placa. Azul. Sem nada escrito.
Pois então, quando todo mundo mete a colher...

A ESTRATÉGIA
1. Não precisa excluir ninguém, nem a sogra. Mas defina os campos de atuação com clareza: o que é responsabilidade de cada um.
2. Por exemplo: se ela gosta de limpar ou cozinhar, especifique o quê, quando e onde: na sua casa, na dela?
3. Perceba até que ponto é você que abre espaço para a invasão, ou a intrusão é espontânea mesmo. Muitas vezes, pede-se a opinião por insegurança. Abriu a porteira, passou a boiada.
4. Defina, para você mesmo, o que é zona exclusiva – importante para você – e o que não é. O que é mexível, o que é imexível.
5. A equipe –você e o amado -, precisam estar de acordo ANTES de discutir com a agência (no caso, a sogrinha!)

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

PARA SER LEMBRADA

P: Dizem que as mulheres estão sempre atrasadas, mas vou te contar... Meu namorido é o Rei do desligamento. Posso dar mil e um toques para ele fazer isto ou aquilo, lembrar de uma data especial ou um programa bacana. Ele nem está aí, recusa TODAS as indiretas. Agora, do futebol, ah, isto ele não esquece nunca! Como é que eu faço para concorrer com as peladas – as peladas de futebol, bem entendido? Mônica, Rio

R:
Este é o problema de qualquer empresa ou propaganda: como fazer para o cliente lembrar de mim? Como fazer para que ele opte por ficar com esta ou aquela marca, e não outra? E mais: depois que o cliente opta, como fidelizá-lo, ou seja, fazer com que ele retorne e lembre sempre que somos os tais?

EMPRESA INGRATA
Tem empresa que só se preocupa em conquistar novos clientes: oferece do bom e do melhor, descontos, brindes, mimos e afagos... Agora, aqueles que estão lá, firmes e fortes... Coitados! Ninguém os escuta. Esta situação do “já ganhou” pode levar a empresa a ficar em maré mansa – e o cliente irritado acaba abandonando-a por outra mais atenta. Com certeza você já deve ter vivido situações assim, cada vez mais comuns na telefonia, TV a cabo e sistema bancário, para falar só de alguns setores. Os clientes assinantes são assassinados e ignorados! Portanto, é preciso investir um pouco nesta relação cliente-empresa. No caso, nas relações afetivas.

XÔ, ROTINA!
Em propaganda, a gente sempre ataca em duas frentes: uma, é relembrar constantemente aquilo que o produto é ou faz, ou seja, porque ele foi escolhido. A outra, é dar um tratamento diferente para esta informação, porque senão, quem está vendo o comercial passa rapidinho por cima... Precisa ter um equilíbrio entre a novidade – que dá aquela balançada e chama atenção, tirando a pessoa da sua mesmice e fazendo ela lembrar: – Opa! Isto é bacana! E subliminarmente, induzir –Claro, você já sabia, é isto mesmo... Muitas vezes, a mensagem tem que ser motivadora, mas direta – ou quem está do outro lado não entende nada! Ruídos de comunicação.

NÃO ESPANTE O FREGUÊS
Não dá para fazer uma virada total, porque isto assusta, mas pequenas modificações quebram a rotina e causam certo clima de incerteza: lembrar de quanto é necessário manter gestos de atenção, mesmo com antigos clientes, amigos, parceiros. Um pouco de risco e criatividade faz bem ao corpo e à alma. Em propaganda, falamos para “não tirar o macaco”. É que quando apresentaram o roteiro do King Kong, o primeiro produtor falou assim: - Maravilhoso! Só não gostei do macaco. Dá para tirar?
Portanto, não é para espantar, mas também não elimine o que é essencial para fazer a diferença. E vale a pena insistir: a repetição é uma das chaves da propaganda. Nós sabemos: por mais lindas que sejam as pernas femininas, concorrer com as pernas futebolísticas é páreo duro! Chega a ser concorrência desleal. Mas lembre-se que até os líderes acabam desbancados: - mire-se no exemplo do Corinthians. Seu dia chegará.

A ESTRATÉGIA
1. Relembre os pequenos detalhes que foram utilizados para conquistar esta pessoa.
2. Faça um up grade nestas abordagens, para despertar a curiosidade e criar uma zona de incerteza.
3. Mude códigos, linguagem e abordagens, se não estiver tendo sucesso.
4. Não desista! O mantra da propaganda é “continuidade”.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Trair e coçar

P: Quem nunca deu uma escorregadela? O que eu quero saber é se devo ou não contar para o meu amado de todos os dias que, bom, sabe como é, que acabei tendo um casinho com outro. Zuleika, SP
R:
Zuleika, existem vários aspectos envolvidos nisto. Primeiro, é preciso definir o que é trair: um beijo? Abraços e amassos? Transar? Só pensar? Pensar muito em outro? Ter uma segunda relação em paralelo, estável? É importante que os dois lados falem a mesma linguagem. Se não... confusão na certa! Em propaganda, é o que a gente chama de ajustar o código. Quando vamos criar uma campanha, recebemos o “briefing”, que são as informações nuas e cruas. Destes dados, selecionamos o que é vital e importante para o público-alvo e descartamos o resto. Isto não tem nada a ver com propaganda enganosa, que é outra historia. Omitir é diferente de mentir. Ou não?

QUAL O SEU PACTO?
Por exemplo: importa para o cliente saber que a rebimboca da parafuseta é feita de aço cromado etc. e tal? Se não importa, para que colocar na mesa esta informação? Talvez o que ele deseje é luxo. Ou velocidade. Ou economia. Sabendo disso, fazemos um pacto com o cliente: você paga X e recebe em troca Y. Este pacto faz parte do jogo, e quando é rompido, o cliente sente-se traído. As reclamações no Procon não nos deixam mentir. Portanto, descubra o pacto que você tem com seu parceiro. Agora, atenção: existem pactos implícitos e explícitos. Tem mais: os pactos podem se modificar, porque as pessoas mudam com o passar do tempo.

EFEITOS COLATERAIS
Outra coisa importante, quando estamos criando a propaganda, é descobrir os “efeitos colaterais” – se eu disser isto ou aquilo, usar esta ou aquela imagem, que desdobramentos isto vai ter? Existe muita discussão em torno desse assunto, principalmente nas questões que envolvem preconceitos – usar ou não negros, mulheres magras demais, velhos e daí para frente. Às vezes, ao querer ser politicamente correto, exagera-se na mão e obtém-se justamente o efeito contrário. Portanto, ao contar, ou não contar, quais serão as repercussões que você vai ter? Você está contando por você, ou pelo outro? Em propaganda, muita gente faz lindos anúncios para si mesmo e o resultado é zero, ou pior.

PROPAGANDA NEGATIVA
A campanha abaixo foi desenvolvida para estimular o uso de camisinha. É um texto em estilo testemunhal (na primeira pessoa). Foi feita pela W/Brasil, uma agência bem famosa (não fui eu quem criou, nem o autor - mas anúncio é público, então dá para usar, né?). Ela tem tudo de ruim que você não deve fazer em uma estratégia... O que quero destacar aqui é um pedacinho só: “Depois de 3 meses de namoro, a gente foi fazer teste de HIV (que deu negativo) e fizemos um pacto: a gente não usa mais camisinha, mas se algum dia rolar uma transa fora do casamento, só se for de camisinha.” O problema é justamente este: o pacto. E como fica, se transar fora e sem camisinha? Como vai falar? Outra campanha era uma que falava algo assim, para a mulher: “Você vem em primeiro lugar.” E o mesmo blá,blá, blá de sempre. Só que... Em várias pesquisas realizadas, a gente já descobriu: a mulher RARAMENTE se põe em primeiro lugar. Primeiro são os filhos, depois o companheiro, depois o trabalho... Pode por um montão de coisas na frente e, lá embaixo, vai estar ela própria. Assim, de que adianta apelar para isto? Confira como não funciona.

Para descobrir o que fazer, leve em conta estes aspectos e táticas.

A ESTRATÉGIA
1. Pense no acordo que existe na relação.
2. Defina o que é ou não importante para você, para o outro e para os dois.
3. Visualize as conseqüências de falar e de não falar.
4. Seja qual for a opção aborde o tema utilizando o código e a linguagem adequada. Ferir e magoar os outros não leva a nada!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Currículo, a sua propaganda

P.: Ok, da minha lista de promessas, a que vai ter mais impacto se eu realizar é conseguir um trabalho bacana (leia-se: que pague melhor). O problema é o currículo... Como dá para fazer um mais legal? Marialva, Itajaí.
R.:
O currículo É uma peça de propaganda (assim como os cartões de visitas). Ele esta “vendendo” o que você faz – e quem você é. Ou seja: quando se constrói um currículo, é preciso pensar em que irá ler este currículo. Portanto, esqueça ter um material “pau para toda obra”...

TIPOS & TIPOS
O currículo deve ser criativo? Mas o que é “criativo”? O que é bom gosto? Há um tempo atrás, montei um currículo para uma fonoaudióloga com formação na Alemanha. O problema é que existe uma concorrência grande nesta área. Então, dei a seguinte idéia para ela: especializar-se em atender empresários, que utilizam muito a voz e precisam desenvolver suas competências na área da comunicação oral. Criei um nome fantasia para o serviço, que ela passava a oferecer, agregando os vários cursos que ela tinha realizado: Biovoice, que encabeçava o currículo. Ela passou a atender tanto no consultório, quanto dentro das empresas. Coloquei o nome em inglês justamente para atrair o empresariado. Deu super certo, tanto, que ela me recomendou uma outra amiga, para eu fazer um outro currículo. Só que, ao conversar com ela, descobri que o currículo era para concorrer a um cargo de professora. Ora, aí, não tem o que inventar, existe um padrão que é adotado pelas instituições. No Brasil, é o Currículo Lattes. Portanto, é importante verificar se a empresa ou instituição na qual você se candidatará já não possui seu próprio padrão.

DETALHES IMPORTANTES
Feito isto, é hora de se organizar. É importante analisar friamente os pontos fortes e fracos de seu currículo, para tomar medidas corretivas, ou seja, melhorá-lo com o passar do tempo. Fazer um up grade. É engraçado que quanto MENOS a pessoa tem para colocar, MAIS ela ocupa espaço. Pessoal altamente qualificado consegue sintetizar seu currículo em não mais que duas páginas. Já quem está começando, às vezes entrega currículos com 5, 6, até 8 páginas, portfolios com dezenas de peças... Isso é que é enrolar, o resto é brincadeira. Foco no que se quer, mostrar resultados, eliminar o supérfluo – isto conta pontos.

JORNALISTA
Aqui, um exemplo de um currículo que preparei para a minha amiga Carla. Ele me enviou o material “a seco”, ou seja, os dados e nada mais, um currículo no formato tradicional.
Mas, neste caso, como jornalista, ela poderia mostrar sua criatividade e formação na montagem do próprio currículo. Optei por montar no formato de “news letter”, ou seja, um material que a mídia utiliza muito para enviar e receber notícias. Isso já destacava o conhecimento dela na área. Também inclui fotos (que usualmente fazem parte em news letters) porque, neste caso, interessava mostrar que ela também atuava em televisão, como repórter. Confira o resultado ao lado. Tenho outros exemplos (um, do meu próprio currículo – sim, também fiquei desempregada!) e de pessoas que estão começando, ou seja, que não possuem tanto assim para colocar no papel. Fica para outro post!

A ESTRATÉGIA
1. Verifique o estilo da empresa e da pessoa que irá ler o currículo.
2. Seja criativo, mas com objetividade.
3. “Enfeitar” não é o mesmo que “mentir”. Coloque o que fez de fato.
4. Mostre o currículo para outra pessoa, que poderá apontar eventuais problemas. Melhor os amigos fazerem isto do que o futuro empregador, não é?
5. Procure incorporar um diferencial no seu currículo. Se não tem, corra atrás!