segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

DIZENDO NÃO

P: O meu problema não é como fazer os outros dizerem SIM. O meu problema é como dizer NÃO! As pessoas pedem as coisas e, quando vejo, já estou atolada de trabalhos, inclusive alguns que odeio fazer. Tem jeito? Gláucia, SP
R:
Parece que dizer não é algo que os publicitários jamais desejariam. Afinal, mais vendas, mais negócios, mais consumo – tudo isto está envolvido com sim, sim e mais sim. Claro que ao conhecer as estratégias usadas para arrancar um sim, você pode se defender melhor. Às vezes, não é suficiente.

DISPENSANDO CLIENTES
A Sprint, empresa de telecomunicações, dispensou 1.000 clientes. Motivo? Só davam dor-de-cabeça! Avaliou a relação custo x benefício e chegou à conclusão que não valiam a pena. Várias empresas que só dizem sim acabam entrando em enrascadas fenomenais. Já cansei de ir a reuniões e o coordenador vai aceitando todas as sugestões. Diz “sim” (só falta amem!) para qualquer proposta. Resultado: nada se decide e o que era simples vira um monstrengo: produtos, serviços ou a publicidade. Em propaganda, apelidamos estas peças em que todos metem a mão de Frankis – diminutivo simpático para um verdadeiro Frankstein.

EVITANDO OS FRANKIS
Por que será que estes gerentes não dizem NÃO? Existem muitas explicações. Eis algumas.
Consistência de ego – A pessoa possui ou projeta uma imagem. Depois disto feito, não a quer romper de jeito nenhum, ou seja, precisa manter a consistência de ego. Pode ser a imagem de uma pessoa que é democrática – assim, aceita a opinião de todos. Ou que é simpática, boa, gentil – aceita todo o tipo de trabalho. Que é competente e inteligente, e aí, também, tudo aceita.
Super estimar a capacidade – Aqui, a máxima é: sou super competente e dou conta do recado! Ninguém faz como eu. Pronto, lá se vai o Fulano a fazer o trabalho da equipe (que equipe, hein!) sozinho! Os outros só assinam.
Medo – e se eu disser não, o que pode acontecer? Vou ser demitida? O cliente vai abandonar o projeto? O namorado/marido/amigo vai brigar? Serei rejeitada? Por medo, aceitam-se prazos curtos (e impossíveis de cumprir), pagamentos aviltantes, um lugar ruim, um atendimento péssimo, fazer programas terríveis e por aí vai.

A ESTRATÉGIA
1. Liste as infinitas vezes em que aceitou fazer algo que não quisesse.
2. Se você dissesse NÃO o que aconteceria? Imagine o pior cenário possível e também o menos dramático. E se o colega achar que você não é tão boazinha? Qual o problema?
3. Friamente, confira se o que imaginou corresponde à realidade e se os efeitos são de fato tão negativos.
4. Mapeando situações e pessoas que geralmente a exploram, antecipe-se aos pedidos: quando o cenário estiver se desenhando, saía com uma frase preparada: -Pois então, fulano, queria lhe pedir... Aí, você inverte a situação!
5. Da próxima vez, pense nisto e diga não. Você vai se surpreender com o resultado.

6 comentários:

Anônimo disse...

Acertou em cheio! Me vi como num espelho, nunca consigo dizer não. Sou sempre quem faz TODOS os trabalhos. Lembrei daquele quadro que tinha na TV: -Brasileiro é tão bonzinho... Vou tentar mudar. Obrigada! Lúcia

Anônimo disse...

Ai, ai, ai. Dizer NÃO é a coisa mais difícil. Acho que para as mulheres mais ainda, ou não? É porque lembro da minha mãe, e parece que ela sempre dizia sim, mesmo sem dizer sim, só com a cabeça, sabe como é? Mais dicas serão ótimas! Mirella, São Bernardo do Campo

Anônimo disse...

Engraçado que acho que NÂO é uma das primeiras coisas que aprendemos - vejo pelos meus filhos. E criança vive dizendo não, adolescente também! Será que a gente resolve esquecer o "não" para parecer adulta, já que não é coisa de criança e jovem? Antonia, Petrópolis

Anônimo disse...

Hehehehe EXATAMENTE o meu problema. Vou imprimir o desenho e colar na geladeira! Epara cada sim, juro dizer dois Nãos!!!!

Marcia H disse...

nao é problema dizer nao rsrsrs o problema é de quem nao aceita meu nao

eu uso os comentários do haloscan, nele posso personalizar o template de comentários. nao sei se isso é possível no blogger

bj

Scliar disse...

kkk Com certeza, Marcia! Acho que vou juntar seu comentário com uma pergunta que recebi, sobre Natal, e tentar "bolar" uma resposta. É que o problema, em propaganda, é justamente este: os vendedores NÃO aceitam um NÃO! E obrigado pela dica dos comentários. Bzus. Ethel