R: Vamos ser honestos: a propaganda tem um bocado de responsabilidade nisto. A gente é induzida, mesmo sem querer, a um modelo de perfeição. E várias pesquisas confirmam (não quer dizer que eu concorde!): pessoas que se encaixam nos padrões usualmente explorados pela mídia ganham MAIS! O filme no final do post, que é um comercial, mostra bem esta manipulação – como um ser “normal” se transforma em uma Top Model super poderosa.
Um dos meus primeiros contatos com a diferença entre realidade e propaganda foi numa campanha com o Zagallo (sim, o técnico de futebol). Nos idos de 70, ele foi escolhido como garoto propaganda para o lançamento de novos televisores. Era algo assim: "A seleção que você queria entra em campo” e apareciam os produtos. E quem disse que a gente conseguia fazer a foto com o dito cujo? E quem disse que a gente conseguia gravar o comercial? Ele parecia uma “estáutua”. Pior: quando conseguimos um sorriso, descobrimos: tinha um dentão, bem na frente, que era uma prótese. Naqueles tempos sem implantes, na foto só aparecia o dentão! E também não tinha Photoshop – tudo retocado a mão. Lá se vai o artista “repaginar” o rosto do Zagallo, para que o dente não chamasse mais atenção do que os produtos. Resumo da ópera: a campanha depois de vários outros tropeços (fica para outro post) finalmente foi para o ar. O problema era que ele queria tanto disfarçar o que julgava ser um problema, que acabava chamando mais atenção ainda para ele!
Repare no sucesso das propagandas de ANTES e DEPOIS. Houve uma campanha que foi ao ar para chamar a atenção sobre propaganda enganosa, para evitar que as pessoas adquirissem produtos que prometiam milagres. Era uma série, com exemplos exageradamente enganosos, do tipo “-Com Emagrol, perdi 5 quilos em um dia!”; ou “Com Cabelol, meu cabelo cresceu
Foi preciso tirar a campanha do ar.
1. Tentar separar o que se julga ser a própria visão, daquilo que foi introjetado por pressão do outro ou da propaganda (missão quase impossível, mas vale tentar!).
2. Rir das imperfeições.
3. Aceitar (diferente de resignar-se!) que algumas coisas não poderão ser mudadas – ou que não precisam ser mudadas, ou que não vale a pena a energia para mudá-las.
4. Criar seus próprios referenciais.
5. E sorria! Com dentão ou sem dentão.
Este comercial da Dove vale a pena ver, se você não conhece. Exemplo de ANTES e DEPOIS.
3 comentários:
Este filme é mesmo muito interessante. Agora, quanto às "imperfeições", difícil... Eu gostaria mesmo era de ter nascido na época do Renoir, para as minhas celulites fazerem sucesso! Feliz natal para todos, um natal perfeito para imperfeitas!
Tá certo, tá certo... Mas se a gente tivesse o corpinho, a carinha, e a continha bancária da Gisele Bundchen ficava mais fácil se aceitar! Moira
É, Scliar, "é preciso estar atento e forte"...
E você veja, uma moça que assim, de cara limpa, já é muito bonita.
Não se deixar levar por esses apelos é muito difícil, mesmo com toda consciência. Ai, ai, como a gente sofre nas mãos desse povo publictário. Hehehe
Obrigada pela visita. Também gostei muito do seu texto e quero ler mais do seu blog com calma. Já está devidamente linkado.
Beijo e bom fim de semana.
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